“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda"

João 15:16

sexta-feira, 21 de abril de 2017

SOBRE A BALEIA AZUL. (por Pr. Alessandro Capelari)
Tenho acompanhado o grande estardalhaço que o tal do jogo: “I am Whale” – ou “Desafio da Baleia Azul” (como ficou conhecido no Brasil) – tem causado na mídia nacional. Jovens e mais jovens entrando num desafio bizarro de automutilação, aprisionamento mental e espiritual e, por fim, o suicídio.
Você já se perguntou o porquê de um número tão grande de jovens estarem vulneráveis a uma proposta tão absurda como a desse jogo? Já se perguntou como esses jovens conseguem passar por, pelo menos 49 desafios que envolvem, tatuarem-se com lâminas, cortarem os lábios, mãos e braços, saírem pelas madrugadas para lugares perigosos, acessarem substâncias tóxicas, ficarem dias trancados em seus quartos sem conversar com ninguém, e ainda assim seus pais não perceberem que havia alguma coisa errada com eles, ao ponto de, no quinquagésimo desafio, eles atentarem contra a própria vida e, só assim, chamarem a atenção de seus pais, família e amigos?
É bastante preocupante, não o jogo da balei azul em si, mas o distanciamento entre essa juventude e seus pais. Muitos desses jovens têm acesso rápido e fácil ao Facebook, Snapchat, Twitter, Whatsapp, Instagram, Skype, Youtube, Google+, Wechat e outras mídias sociais, mas não têm acesso direto aos pais. A eles é franqueado o acesso a smartphones modernos, tablets e notebooks de última geração, mas não o ombro amigo, o ouvido preocupado e disponível; eles não têm acesso fácil a um colo, um olho no olho, um lanche na esquina, um passeio no parque, uma Escola Bíblica e um Culto a Deus com a Família. Lhes abrem as janelas para o mundo ao mesmo tempo que lhes fecha a porta dos relacionamentos familiares diretos. Não há jogo que consiga ser mais prejudicial que isso. Nesse caso, o suicídio não é uma causa em si, mas um sintoma de uma vida vazia de sentido, de afeto, e, até mesmo de disciplina, pois, como diz a Bíblia, pais que amam, disciplinam seus filhos (Hb.12:5-13).
Outra informação aterradora é que o tal do jogo da baleia é fictício! Uma notícia falsa, um sensacionalismo cibernético. O que torna a situação ainda pior, pois mostra que esses jovens têm morrido, literalmente por nada. Essa baleia nada no mar da solidão, desilusão, da falta de bons modelos. Mares silenciosos e profundos, cheios de um gélido nada existencial. Águas de ninguém.
E qual a solução para isso? Não vejo outra que não seja uma volta aos valores familiares que, outrora eram fundamentais e basilares, mas que, hoje, têm sido desintegrados por uma sociedade centrada em indivíduos, como se o mundo fosse composto por um monte de indivíduos desligados um do outro, sem história, sem relacionamentos, como um monte de folhas soltas ao vento.
É preciso que esvaziemos os tanques onde essa baleia possa nadar. Um tanque de relacionamentos líquidos, frívolos, utilitaristas, vampirescos e instáveis.
Precisamos de relacionamentos sólidos, paupáveis, estáveis, fundamentados em princípios básicos estabelecidos por Deus. Precisamos, nós e nossos filhos, nos voltarmos para o Deus Criador, de maneira que estejamos sujeitos completamente à Sua vontade, resistindo às baleias azuis e a todos os outros engodos desse mundo, e eles fugirão de nós (Tg.4:7), pois não encontrarão espaço para nadar em um mar governado por Deus.